Tempo ventoso por esta capital lusa. Ao longe notícias de mais um acidente de aviação, mais a morte de um poeta de dois Hs: Herberto Helder, mais campanha política, mais espectáculos de teatro a preparar o Dia Mundial do Teatro, a preparar mais um ano desta minha/nossa vida.
Hoje os pequenos acompanharam-me na minha aula de Yoga e fizeram-no muitíssimo bem.
Depois almoço ribeirinho seguido pelo jogo da "apanhada sob a relva".
Neste 2º dia de Férias de Páscoa relembro com eles a Geografia que o meu pai tanto gosta e pergunto:
- Qual a capital de França? Pa... (começo)
- Paladar! - responde a miúda prontamente.
terça-feira, 24 de março de 2015
quarta-feira, 18 de março de 2015
HOMENS-FORMIGA
Calhou ontem deter-me diante de uma reportagem televisiva acerca de dois homens que vivem debaixo da ponte, debaixo dos carros, frente ao mar de Oeiras. Dois homens na "casa" dos 40 e 50 anos creio, para quem uma casa quentinha, uma cama confortável e um banho quente ou uma bebida fresca são sonho.
Voltas e mais voltas, não é nisso em que me centro. Dignidade é um sentir que felizmente deles continua a fazer parte. A noite para eles pesa, e é quando partem pelas ruas à procura de peças de metal para poder vender e fazer alguns trocados.
Continuo a vê-los, parecem-me menos, mas continuo a ver as mantas embrulhadas em cartões, debaixo de algum alpendre ou junto a um caixote. À noite, em certos pontos da cidade, há distribuição de comida.
Não muito distante, há aquela curva, ao meio da subida, onde uma casa meio de lata alberga diversos desses homens-formiga que revira tudo o que é lixo para poder vender. Os colchões são esventrados, bem como grandes e pequenos electrodomésticos, restos de carrinhos de bebé, brinquedos ou bugigangas.
Tudo é reciclado. Não no sentido utilitário primeiro, porque é mais fácil despejar do que dirigir a quem precisa, mas ainda assim é feita uma espécie de justiça poética. Nada dura na rua por muito tempo. A ver quem chega primeiro.
E muitas das vezes em que por lá passo, na curva onde pelo postigo se divertiram um dia a assustar-nos e eu os repreendi, me lembro de uma outra vez em que nos disseram: "Tu estuda, para não vires a ser como eu!".
Voltas e mais voltas, não é nisso em que me centro. Dignidade é um sentir que felizmente deles continua a fazer parte. A noite para eles pesa, e é quando partem pelas ruas à procura de peças de metal para poder vender e fazer alguns trocados.
Continuo a vê-los, parecem-me menos, mas continuo a ver as mantas embrulhadas em cartões, debaixo de algum alpendre ou junto a um caixote. À noite, em certos pontos da cidade, há distribuição de comida.
Não muito distante, há aquela curva, ao meio da subida, onde uma casa meio de lata alberga diversos desses homens-formiga que revira tudo o que é lixo para poder vender. Os colchões são esventrados, bem como grandes e pequenos electrodomésticos, restos de carrinhos de bebé, brinquedos ou bugigangas.
Tudo é reciclado. Não no sentido utilitário primeiro, porque é mais fácil despejar do que dirigir a quem precisa, mas ainda assim é feita uma espécie de justiça poética. Nada dura na rua por muito tempo. A ver quem chega primeiro.
E muitas das vezes em que por lá passo, na curva onde pelo postigo se divertiram um dia a assustar-nos e eu os repreendi, me lembro de uma outra vez em que nos disseram: "Tu estuda, para não vires a ser como eu!".
quarta-feira, 4 de março de 2015
:)
Uma felicidade imediata, daquelas que nenhum site de bonitas imagens pode satisfazer: trufas de chocolate, com desconto!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
SPEED LOOKING DATE
By these following days I'm working as a scouter, for the first time, like a challenge.
From 8 till 80.
So I use my communication skills (in Portuguese I would use another word for it), and after taking a "long look" in others faces and eyes, I approach them. I do it naturally and fast, friendly and professionally I hope. And sometimes, it's really like a first blind date, with someone that's handsome inside and out!
Between a crowd it's kind of easier because some faces do stand up.
At one point I was looking both kid and mum, the mother was on the phone so I waited. A gray-haired male god passed by, got inside the shop, and in seconds I lost them all. Meanwhile I went to a young lady, and after looked through the glass for the man which fortunately I was able to see again. And there I was - waiting for him to pay and got out, in the shop checkout number one at the precise moment that in the checkout number two the mum and kid turn to appear! No! Oh no! Who will come out first? Do I have to choose? This really looked like a Jacques Tati's script, so perfect!
And as if by magic I was able to take the two first and run for the one!
Taking and leaving subways, buses, trams, trains, places of everyday's Lisbon scenes.
Invited for the movie, inviting their phone numbers.
A kind of public intimacy.
So by these past few days, besides taking a lot of cold, and windy time, I've been taking little lessons. Of how life changes and sometimes how circles do take you to the same places of your past but in different realities. Taking a no or a yes, taking so much sympathy in these few minutes talks, without thinking commercial or about achievements.
The way young or older say: thanks for making me stop for a while, or no thanks, because I've choose no to be a model anymore, or I've already been approached before, perhaps now, or I've just got retired and I'm still wondering what to do with my new life.
To me people will always be beautiful, with all their personal imperfections and dark sides.
To me average or ugly are not marketable but lovable.
To me it's time to continue until the next step.
Thank you all.
From 8 till 80.
So I use my communication skills (in Portuguese I would use another word for it), and after taking a "long look" in others faces and eyes, I approach them. I do it naturally and fast, friendly and professionally I hope. And sometimes, it's really like a first blind date, with someone that's handsome inside and out!
Between a crowd it's kind of easier because some faces do stand up.
At one point I was looking both kid and mum, the mother was on the phone so I waited. A gray-haired male god passed by, got inside the shop, and in seconds I lost them all. Meanwhile I went to a young lady, and after looked through the glass for the man which fortunately I was able to see again. And there I was - waiting for him to pay and got out, in the shop checkout number one at the precise moment that in the checkout number two the mum and kid turn to appear! No! Oh no! Who will come out first? Do I have to choose? This really looked like a Jacques Tati's script, so perfect!
And as if by magic I was able to take the two first and run for the one!
Taking and leaving subways, buses, trams, trains, places of everyday's Lisbon scenes.
Invited for the movie, inviting their phone numbers.
A kind of public intimacy.
So by these past few days, besides taking a lot of cold, and windy time, I've been taking little lessons. Of how life changes and sometimes how circles do take you to the same places of your past but in different realities. Taking a no or a yes, taking so much sympathy in these few minutes talks, without thinking commercial or about achievements.
The way young or older say: thanks for making me stop for a while, or no thanks, because I've choose no to be a model anymore, or I've already been approached before, perhaps now, or I've just got retired and I'm still wondering what to do with my new life.
To me people will always be beautiful, with all their personal imperfections and dark sides.
To me average or ugly are not marketable but lovable.
To me it's time to continue until the next step.
Thank you all.
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
PORTANTO
Aceitando-me como sou, inconstante nalgumas coisas, inflexível noutras, sei que ainda não estou satisfeita. Gostava de ser mais inteligente, conhecedora, experiente, e de poder ajudar verdadeiramente aqueles de quem gosto.
Como não faço milagres, faço o que posso, e fico contente por perceber que dos outros lados o meu pouco às vezes faz diferença.
Tal como fez tantos momentos deste ano de 2014. Um ano não propriamente extraordinário por si mas com tantos momentos charneira que me faz contradizer de imediato a afirmação anterior.
Um ano de bom regressos, de crescimento, de belíssimos momentos de teatro graças aos quais me posso permitir sentir como actriz, de evolução familiar, de sustos, dissabores e milagres, de companheirismo, de novos amigos literários que passei a admirar, de tolerância... um pouco!
Um "Bem Haja" a todos para 2015, em rigor!!
Como não faço milagres, faço o que posso, e fico contente por perceber que dos outros lados o meu pouco às vezes faz diferença.
Tal como fez tantos momentos deste ano de 2014. Um ano não propriamente extraordinário por si mas com tantos momentos charneira que me faz contradizer de imediato a afirmação anterior.
Um ano de bom regressos, de crescimento, de belíssimos momentos de teatro graças aos quais me posso permitir sentir como actriz, de evolução familiar, de sustos, dissabores e milagres, de companheirismo, de novos amigos literários que passei a admirar, de tolerância... um pouco!
Um "Bem Haja" a todos para 2015, em rigor!!
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
ESTOU COM ATRASO...
Sim... não... quero dizer... foi por esta altura uns pares de anos atrás que o sapatinho trouxe novidades e promessas natalícias de um futuro repleto de uma vida plena, ou seja, coisas a amontoarem-se por falta de tempo ou energia, revalidação de prioridades, etc.
Mas de cada vez que se recebe um aceno, já para não falar dos beijos amorosos e dos abraços, das birras disfarçadas de chamada de atenção ou simples cansaço, de cada nova conquista, de cada salto mais alto e rápido que o Sonic Colours, de cada prestação desarmante frente a um público ou uma singela apresentação: "bom dia, o meu nome é", de cada uma dessas vezes tentamos apanhar o próximo comboio porque aquela é a estação certa naquele momento. E a viagem, mais espaçada ganha outra riqueza, para mim, digo.
Quero um Alfa Pendular que me deixe apeada nas bonitas estações de Setil ou Santarém, para de Regional ir parar a uma qualquer automotora em Beja, e como num passe de mágica saltar para o TGV, depois e a propósito, seguir noite adentro no Santa Claus Express, mergulhando por último nas carruagens do mítico Expresso do Oriente.
Não... não estou de esperanças, mas tenho esperança. E se isto parecer piroso, (talvez o seja), tenho cada vez mais vontade de pôr mãos à obra. Apesar de saber a forte tendência lamurienta e da tácita do "deixa andar" portuguesas, acho que a herança daquele que é um povo trabalhador por excelência, é mais forte e fará com que essa inclinação da balança acabe por dar frutos.
Mas de cada vez que se recebe um aceno, já para não falar dos beijos amorosos e dos abraços, das birras disfarçadas de chamada de atenção ou simples cansaço, de cada nova conquista, de cada salto mais alto e rápido que o Sonic Colours, de cada prestação desarmante frente a um público ou uma singela apresentação: "bom dia, o meu nome é", de cada uma dessas vezes tentamos apanhar o próximo comboio porque aquela é a estação certa naquele momento. E a viagem, mais espaçada ganha outra riqueza, para mim, digo.
Quero um Alfa Pendular que me deixe apeada nas bonitas estações de Setil ou Santarém, para de Regional ir parar a uma qualquer automotora em Beja, e como num passe de mágica saltar para o TGV, depois e a propósito, seguir noite adentro no Santa Claus Express, mergulhando por último nas carruagens do mítico Expresso do Oriente.
Não... não estou de esperanças, mas tenho esperança. E se isto parecer piroso, (talvez o seja), tenho cada vez mais vontade de pôr mãos à obra. Apesar de saber a forte tendência lamurienta e da tácita do "deixa andar" portuguesas, acho que a herança daquele que é um povo trabalhador por excelência, é mais forte e fará com que essa inclinação da balança acabe por dar frutos.
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
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