segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A PRODUZIR

Durante algum tempo, quando ainda me dedicava um pouco mais activamente ao design gráfico, pensava que tanto tempo a clicar num rato, frente a um computador, resultava num somatório de horas e trabalho que não fosse a lucidez da memória armazenada, ninguém teria provas disso mesmo.

Quero dizer, bastava uma impaciência e carregar no botão errado, ou queimar o monitor, ou uma falha no pico da corrente ou qualquer outra excentricidade e lá se caminhava em sentido inverso.

Actualmente, e como desmultiplicadora de tarefas, todos o somos, vejo-me enquanto produtora de um projecto teatral em mãos, a produzir tempo de e-mails pensados, reescritos e reenviados, de telefonemas. Algo contabilizado, ou por outra, registado, nas indicações rabiscadas e reuniões presenciais.

Assim, eu produzo, mas o meu produto não é imediato.

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